Conheça Melhor sua Bíblia
A
Bíblia é um livro extraordinário. É o livro mais vendido de
todos os tempos. Se não fosse por qualquer outro motivo, só
esse já faria dela uma leitura obrigatória para todas as
pessoas pensantes.
Ela
teve uma influência marcante no desenvolvimento dos valores da
nossa civilização ocidental, nas áreas da família (o ideal bíblico
da aliança entre um homem e uma mulher proporciona um alicerce
fortíssimo para qualquer sociedade – Jesus valorizou as
mulheres e as crianças no mundo masculinizado de sua época),
relações de trabalho (princípios bíblicos regem os
relacionamentos entre patrões e empregados), questões raciais
(a Bíblia descarta qualquer tipo de discriminação racial),
crime (a punição de crimes é mais justa e misericordiosa),
humanitarismo (Florence Nightingale, Madre Teresa,
Pasteur, Albert Schweitzer, Cruz Vermelha, ACM, Visão
Mundial, Exército da Salvação, hospitais, orfanatos, instituições
de ensino), governo, instrução (a importância da palavra
escrita – Harvard, Yale e Princeton) cultura – música,
artes e literatura. E na vida espiritual dos povos ocidentais,
ela teve papel preponderante estabelecendo padrões morais
objetivos, transformando vidas.
Apesar
de tudo isso, poucas são as pessoas que realmente podem afirmar
que conhecem a Bíblia. Muitos de nós podemos dizer que
conhecemos um pouco da Bíblia. Conhecemos algumas passagens
mais clássicas. Quem nunca ouviu falar “O Senhor é o meu
pastor, nada me faltará”? Ou “Todas as coisas cooperam para
o bem daqueles que amam a Deus”?
Muitos
de nós já passamos anos sentados nos bancos da escola
dominical, mas ainda conhecemos muito pouco o seu livro de texto.
Tentamos ler algumas passagens aqui, outras ali, mas elas não
parecem fazer muito sentido. Outras passagens parecem desnecessárias,
até enfadonhas. Quem quer saber as genealogias de gente que
morreu há tanto tempo? E por que isso seria considerado
importante para a minha vida
hoje?
O
problema é que fazemos com a Bíblia o que não faríamos com
nenhum outro livro que tivéssemos de estudar para aprender de
fato. Pegamos um pedacinho aqui, outro ali, e então, quando não
conseguimos apreender o sentido do que está sendo dito, jogamos
a culpa no texto, não no nosso método. Se não entendermos um
pouco melhor o que a Bíblia é, o que ela narra, será difícil
tirarmos algum proveito do que lermos.
O
que é a Bíblia?
A
Bíblia é a revelação escrita de Deus acerca de sua vontade
para os homens. Encontramos ali ordens específicas do Senhor
para que sua mensagem fosse escrita a fim de servir de guia para
pessoas de todos os tempos. Êxodo 34:27. À medida que for
lendo seu texto e estudando sua mensagem, observe quantas vezes
aparecem as palavras : Disse o Senhor, e a palavra do Senhor
veio a..., também disse o Senhor, etc...Seu tema central é a
reconciliação do homem com Deus mediante Jesus Cristo.
Colossenses 1:20; 2 Coríntios 5:18-20. Deus quis se revelar aos
homens através de pessoas a quem escolheu para servir de
instrumentos seus. Jeremias 1: 1-9.
É
um livro que tem falado a milhares de gerações de pessoas de
todas as idades, de todas as culturas e de todos os tipos de
interesse. O motivo é que, apesar de ter sido escrita por seres
humanos, ela é divinamente inspirada. O pensamento é divino, a
revelação é divina, mas a expressão da comunicação é
humana. 2 Pedro 1:21.
A
Bíblia é “uma história, um relato, a história de Deus. Por
trás dos 10000 acontecimentos está Deus, o construtor da História,
o autor dos séculos. Tendo a eternidade por limite de um lado e
de outro, e o tempo no meio, Gênesis marcando seu início e
Apocalipse o seu término, entre um e outro Deus está operando.
Podemos descer aos mínimos detalhes em qualquer parte e ver que
há um grande propósito desenvolvendo-se através dos tempos
– o desígnio eterno do Deus Todo-poderoso de redimir um mundo
destruído e arruinado.”
Como
a Bíblia foi escrita?
A
Bíblia é uma coleção de livros, uma biblioteca em si.
Contendo 66 livros escritos por 40 autores diferentes, ela abrange um
período de aproximadamente 1600 anos. Ela está dividida em
duas partes, chamadas de testamentos – o Antigo Testamento,
com 39 livros e o Novo Testamento, com 27. A palavra original
para testamento significa aliança ou pacto. No AT encontramos a
aliança da lei. Foi dada uma lei que precisava ser obedecida
para as pessoas serem aceitas diante de Deus. No NT, encontramos
a aliança da graça, através de Jesus Cristo. A aceitação
diante de Deus é através da obediência perfeita de Seu ünico
Filho. A única coisa que as pessoas precisam fazer para se
aproximar de Deus agora é
aceitar Jesus como seu Salvador – nada mais. É um presente
imerecido. Não depende de nada que possamos fazer, mas apenas
da nossa fé em Jesus. Uma
aliança conduziu à outra (Gálatas 3:17-21). A
impossibilidade de cumprirmos a lei nos mostrou a extensão da
nossa desobediência e a necessidade de alguém que o faça por
nós. Jesus cumpriu perfeitamente a lei de Deus e através Dele,
somos justificados diante de Deus.
Os
autores bíblicos foram reis e príncipes, poetas e filósofos,
profetas e estadistas. Alguns eram instruídos em todo o
conhecimento de sua época enquanto outros eram pescadores sem
cultura. Nem todos são identificados.
O
AT foi escrito em hebraico, com alguns pequenos trechos em
aramaico (ver Daniel 2:4b-7:28; Esdras 4:8-6:18; 7:12-26 e
Jeremias 10:11).
Entretanto, a parte mais importante de como a Bíblia foi
escrita está revelada em 2 Pedro 1:21: “homens santos de Deus
falaram inspirados pelo Espírito Santo”.
A palavra grega traduzida por inspirados significa
literalmente “pelo sopro de Deus” (theopneustos). O Espírito Santo “moveu” homens, levando-os a
escrever com as próprias palavras o que Deus desejava que
dissessem.
Como
sabemos que a Bíblia é verdadeira?
Evidência
bibliográfica :
Nenhum
escrito antigo apresenta tanta evidência documental quanto a Bíblia.
Com exceção das 643 cópias da obra do Homero, os demais clássicos
apresentam de 3 a 20 cópias de cada. Da Bíblia, existem quase
15000 cópias, 5000 manuscritos antigos do NT e 10000
manuscritos antigos ou partes de cópias do AT.
Além disso, não apenas a quantidade
de cópias é maior como também a qualidade
das cópias ultrapassa a dos manuscritos literários seculares.
Deve-se isso ao extremo cuidado dos judeus na tradução e na
preservação dos manuscritos bíblicos.
Evidência
interna :
A
Bíblia não só declara ser a Palavra de Deus, mas também
afirma que nem sequer uma letra pequenina ou um mero acento de
letra da lei (AT) passará sem que tudo se cumpra (Mt.5:17-18).
Mas podemos confiar no que ela diz a respeito de si mesma?
Segundo um autor que debate com críticos da autenticidade da Bíblia,
se uma testemunha é fiel em diversas coisas que afirma, podemos
crer no que ela diz a seu próprio respeito.
Para
mim, a maior comprovação da autenticidade da Bíblia é o fato
de Jesus ter citado as Escrituras como sendo a Verdade:
“Santifica-os na verdade; a tua Palavra é a verdade” (João
17:17). Ele citou 22 livros do AT, e especificamente as
passagens de que os críticos da Bíblia mais duvidam: a criação
do homem e da mulher, o dilúvio, a mulher de Ló, o maná, a
serpente de bronze e a história de Jonas.
Em
Jesus, cumpriu-se um número impressionante das profecias a
respeito do Messias. A probabilidade de que uma pessoa cumprisse
apenas oito das principais profecias que Jesus cumpriu (Isaías
7:14, Mateus 1:18-25; Jeremias 23:5, Lucas 3:23-31; Miquéias
5:2, Lucas 2:11; Salmo 41:9, Mateus 26:21; Isaías 53:5, Mateus
27:26; Salmo 16:10, Mateus 28:5-6) é de 1 em 100 000 000 000
000 000.
Além
das profecias referentes a Jesus, há outras relativas a outras
pessoas e eventos que já se cumpriram. Por exemplo: O profeta
Isaías, escrevendo em cerca de 700 A.C., prediz que um rei
chamado Ciro ordenará a reconstrução de Jerusalém e o lançamento
dos alicerces do templo (Isaías 44:28; 45:1). Quando Isaías
escreveu isso, a cidade de Jerusalém era uma metrópole
poderosa e o templo estava em pé no lugar onde fora construído.
Só um pouco mais de cem anos depois é que a cidade e o templo
seriam destruídos pelo rei Nabucodonozor, em 586 A.C. Assim,
Isaías predisse que um rei chamado Ciro, que não deveria
nascer ainda por cem anos, daria ordens para reconstruir um
templo que ainda estava em pé naqueles dias e que não seria
destruído por mais cem anos.
A
própria Bíblia dá o propósito das profecias: comprovar que
Deus sabe todas as coisas e tem um plano que se cumprirá: Isaías
46:9-10; 48:3,5.
Durabilidade:
A
Bíblia já sofreu as mais tremendas perseguições dentre todos
os livros da história. Apesar disso, sempre foi preservada,
muitas vezes com sacrifício da vida de alguns cristãos.
Em 23 de fevereiro do ano 303, foi promulgado um decreto
válido para todo o Império Romano, que ordenava a entrega de
toda e qualquer parte das Escrituras que estivesse de posse de
qualquer pessoa, a fim de que fosse queimada. A pena para a
desobediência era a morte. É óbvio que nem mesmo o decreto do
poderoso Imperador conseguiu seu intento, ou não teríamos a Bíblia
em nossas mãos hoje.
Poder:
Se
considerarmos que a Bíblia é a Palavra inspirada de Deus, e se
pensarmos que, de tudo que Deus poderia ter dito a respeito de
Si mesmo e de Seus planos para a humanidade, Ele escolheu dizer
o que está escrito nesse livro, temos de reconhecer que tudo o
que está registrado ali tem importância e poder. Até
passagens aparentemente pouco reveladoras podem ser usadas por
Deus para tocar o coração das pessoas.
O
que a Bíblia revela sobre si mesma?
Ela é como um espelho.
Tiago 1:22-25. O espelho não mente nunca. Se queremos saber com
que cara estamos, o espelho nos dirá. A Bíblia nos revela a
nossa condição espiritual, o que está fora de lugar, o que
está sujo, o que precisa ser arrumado, o que precisa ser
corrigido para termos uma vida espiritual atraente. 2 Timóteo
3:16-17.
Ela é como a água no
sentido de saciar a nossa sede e nos purificar das impurezas
espirituais. (João 15:3; Efésios 5:26).
Como a Palavra nos purifica? Renovando a nossa mente com
a Verdade. Romanos 12:2. Enquanto vivemos limitados pelos nossos
sentidos, somos como o homem natural. 1 Coríntios 2:6-16. Mas a
Palavra, ministrada pelo Espírito ao nosso coração nos ensina
a respeito das coisas espirituais, que são a verdadeira
realidade. Assim como a lavagem física remove as células
mortas e a sujeira que se acumula em nosso corpo pelo processo
de viver, a leitura da Palavra remove as coisas mortas da nossa
vida, que tolhem o nosso crescimento e a energia de nossa vida
espiritual e a sujeira que não deveria estar presente ali.
Ela é alimento que
propicia o nosso crescimento espiritual, desde os primeiros
momentos da vida cristã até à maturidade (1 Pedro 2:2; João
6:26-35; Hebreus 5:12-14). Jesus é o Pão da Vida – João
6:35,48, 54, 63b – Ele disse que quem não comer Sua carne não
tem vida em si mesmo - João 6:53. Seu corpo é a encarnação
do Verbo, da Palavra – logos. Logos: revelação de toda a
sabedoria do universo. Quando tentado, Jesus falou que o pão físico
traz vida física, mas o pão espiritual, que é a Palavra de
Deus, é que traz vida espiritual – Mateus 4:4.
Assim, comer o pão significa alimentar-se da Palavra.
Sem uma alimentação contínua desse alimento, a vida
espiritual será raquítica, sem energia.
Ela é como uma espada
pois pode ser utilizada com arma de defesa e de ataque contra o
inimigo. (Efésios 6:17; Hebreus 4:12). Você iria para uma
batalha desarmado? Estamos envolvidos em uma batalha espiritual
contínua em que nosso inimigo nos cerca qual leão faminto,
procurando nos devorar. (1 Pedro 5:8) Jesus usou a Palavra de
Deus como arma afiada para lutar contra as tentações de Satanás
(Mateus 4:4, 7, 10).
Ela é luz pois lança
claridade sobre a escuridão da vida, sobre as confusões, os
conflitos, os perigos para nos manter no caminho certo.
(2 Pedro 1 16-21 - Salmo 119:130,105) À medida que
formos nos apropriamos da Palavra, vamos desenvolvendo um novo
tipo de visão, enxergando a realidade natural com olhos que vêm
o sobrenatural (Hebreus 11:27). É essa visão que sustenta a
nossa fé e nos capacita a viver por um poder que excede as
nossas forças. Foi assim que viveram Abel, Enoque, Noé, Abraão,
Isaque, Jacó e todos os outros heróis da fé.
Os
problemas que muitas vezes encontramos ao tentar ler a Bíblia são
os mesmos que encontramos ao assistir a um filme da metade para
o fim ou então quando lemos um romance uma página aqui, outra
ali.. Ficamos sem entender os acontecimentos que estamos
presenciando ou vivendo. No entanto, a Bíblia narra a história
de um grande romance e como toda história, tem de ter um começo,
um meio e um fim. Ela tem um Autor que já escreveu o enredo, o
início e final dessa história, e estamos todos inseridos, como
participantes, nessa aventura de amor e redenção.
Como
toda boa história, ela começa com ... Era uma vez, num reino
distante, um rei bom e poderoso... e termina com “viveram
felizes para sempre”, como você pode ler nos dois últimos
capítulos do último livro da Bíblia, o Apocalipse. É por
isso que todas as histórias que apaixonaram a raça humana até
hoje seguem esse mesmo enredo (histórias infantis, os grandes
épicos da história humana e mais recentemente as aventuras de
Guerra nas Estrelas, O Senhor dos Anéis de Tolkien, As crônicas
de Narmia de C.S. Lewis).
Essas histórias satisfazem um anseio que está no fundo
do coração de todo ser humano – saber que sua vida aqui tem
um propósito maior, que ele é parte imprescindível de algo
grandioso que está ocorrendo exatamente de acordo com o plano
perfeito de alguém maior do que ele. Essa certeza nos dá um senso
de significado, pois podemos descansar e participar
alegremente de algo que vai
muito além da nossa capacidade. Só precisamos fazer
aquilo que fomos capacitados a fazer e podemos deixar os
resultados com o Autor da história. Em Sua Palavra, Deus
declara Seu grande amor pelas pessoas que criou. Ele nos amou
com todos os nossos defeitos. Seu amor é incondicional, não
depende do que fazemos mas apenas de sermos quem somos. Saber
que somos alvo de um amor que nada fizemos para merecer, e que,
por conseguinte, nada do que façamos pode extinguir, satisfaz
plenamente a nossa necessidade de sentir-nos amados e sacia
nossa sede de segurança.
A
narrativa bíblica contém dois “no princípio” porque narra
eventos que ocorreram muito antes de os seres humanos passarem a
fazer parte dessa história.
Na eternidade antes da Criação, Deus Pai, Deus Filho e
Deus Espírito Santo existiam num relacionamento de amor,
harmonia e perfeita união. Eles criaram os anjos para aumentar
Sua alegria e felicidade. Entre esses anjos, um recebeu todas as
honras e beleza e poder para assistir diretamente diante do
trono de Deus – Lucifer. Mas esse anjo desejou mais do que o
papel que lhe havia sido designado. Desejou o lugar do Autor.
Por desejar usurpar o que não lhe pertencia, foi expulso do céu,
juntamente com um terço dos exércitos celestiais, que se
uniram a ele em sua rebelião.
Deus criou então os seres humanos,
um pouco abaixo Dele mesmo, coroando-os de honra e de glória
(Salmo 8:5), colocando tudo na criação sob seu domínio. E
deu-lhes acima de tudo a liberdade de retribuir ao Seu amor ou
rejeitá-lo. Por que Deus faria uma coisa dessas? A Ele não
interessa o amor de um ser que não tem escolha. Ele quer um
amor voluntário, expresso de todo o coração, de todas as forças,
de todo o entendimento. Para conquistar esse amor de suas
criaturas, Ele trava uma batalha pelos nossos corações. E a Bíblia
narra a história desse grandioso épico, começando com a
eternidade passada, passando pela história da raça humana aqui
na terra e terminando com a eternidade futura, quando todas as
coisas serão restauradas ao propósito maravilhoso de Deus para
a Criação e para Seus filhos.
Assim, abramos as nossas Bíblias e caminhemos através
de seus livros para entender a totalidade da história que eles
contam.
A Bíblia é composta de 66 livros, 39 dos quais
encontram-se na parte chamada de Antigo Testamento, e 27 na
parte chamada de Novo Testamento.
-
Livros
do Antigo Testamento:
-
17 livros históricos,
-
5 livros poéticos
-
17 livros proféticos
-
Livros do
Novo Testamento:
-
4 Evangelhos
-
Mateus,
-
Marcos
-
Lucas
-
João
-
1 livro histórico -
Atos
-
21 epístolas
-
1
livro profético – Apocalipse
-
Livros
apócrifos -
Os
livros históricos – Uma visão geral
Gênesis: É o livro
dos princípios e o primeiro dos cinco livros da lei, chamados
de Pentateuco ou Torá. Ele responde à questão: “Quem somos
e de onde viemos.” Narra a criação do mundo e dos primeiros
seres humanos, sua desobediência, a destruição quase total da
raça humana, as primeiras famílias e o chamado de Abraão para
dar início a um povo separado para abençoar todas as nações.
A partir do capítulo 12, a história se concentra nessa família
e conta a história dos patriarcas Abraão, Isaque, Jacó e José.
O livro termina com a ida de Jacó e sua família para o Egito a
fim de escapar da fome.
Êxodo: É o livro da
redenção, Deus vindo em socorro do homem.
Ele é uma
revelação do caráter
essencial do Deus que tem um propósito em tudo o que faz.
A família de Jacó estava começando a se misturar com
as nações vizinhas e assim Deus a levou
ao Egito, povo que não
se misturava com outras raças, onde ficou 400
anos. 70 pessoas
subiram ao Egito e lá ficaram, sem se misturar, mas crescendo e
se fortalecendo. No momento certo, Deus enviou Moisés, a quem
preparou de forma especial para a tarefa de levar o povo, agora
perto de 3 milhões de pessoas, de volta à terra que havia
prometido a Abraão. Levou menos de
duas semanas para Deus tirar o povo do Egito mas levaria
40 anos para tirar o Egito de dentro do povo. Por isso Deus o
levou primeiro ao sul, ao Monte Sinai, onde deu as leis que
deveriam reger a nova nação. Diversas vezes o
povo se revoltou contra Moisés e contra Deus por não
lhes estar dando aquilo que eles achavam que precisavam.
Levítico: Depois da
construção do tabernáculo, Deus passa a habitar no meio do
Seu povo. Ele dá as diversas leis a respeito de como o povo
deveria aproximar-se Dele. O tema de Levítico é: Sejam santos
porque Eu sou santo.
Números: É o livro da
peregrinação pelo deserto. O povo, cercando o tabernáculo e
guiado por Deus, começa a
jornada rumo à terra prometida, chegando lá em pouco
tempo. Moisés envia 12 espias para buscar informação sobre os
habitantes e as fortificações. Depois de 40 dias, eles voltam
com o relatório. A terra é boa e produz fartura, mas as
cidades são fortificadas e habitadas por gigantes. Dois espias,
Josué e Caleb, confiaram em Deus e insistiram em entrar na
terra, mas o povo ouviu os outros dez e se recusou. Por causa de
sua rebeldia e descrença, Deus ordenou que vagassem pelo
deserto 40 anos, até a geração descrente que havia saído do
Egito tivesse morrido no deserto. A princípio, o povo reclamava
e se rebelava, mas aos poucos foi se arrependendo de sua
rebeldia e começou a louvar a Deus e confiar na Sua
provisão e no Seu poder. O livro termina com o povo
novamente acampado às portas da
terra prometida, 40 anos após a saída do Egito.
Deuteronômio: Moisés
faz três discursos revisando a lei, para que ninguém pudesse
alegar ignorância. A ênfase
está na obediência aos preceitos de Deus. Ele deixa claro
que o povo tem uma escolha: obedecer ou desobedecer. A obediênciia
traz bênçãos, a desobediência traz maldição. O povo era
livre para escolher se obedeceria ou não, mas não tinha
liberdade para escolher as conseqüências de sua escolha. No
final do livro, Moisés passa a liderança a Josué e morre em
pleno vigor.
Josué: É o livro das
conquistas. Deus determinou
a herança de cada tribo, mas não lhes deu a terra de mão
beijada. Cada uma teria de lutar pelo que lhe havia sido dado,
mas nenhuma delas levou a conquista até o fim, permitindo que
alguns povos permanecessem em seu meio. Por não terem tirado o
mal do seu meio, o
povo começou a se afastar de Deus e a se contaminar com outros
deuses. Josué morre no final do livro.
Juízes: É a história
dos diversos ciclos de desobediência do povo. Eles se prostituíam
com outros deuses, eram dominados pelos povos que ainda
habitavam na terra prometida, clamavam a Deus por misericórdia
e Deus enviava um juiz que os livrava da opressão. É um relato
deprimente de muitos fracassos e poucas vitórias. A tônica do
livro de Juízes é: cada um fazia o que parecia bem aos seus próprios
olhos.
Rute: Esta linda história
da redenção de uma moabita por um israelita se deu durante o
tempo dos juízes e termina com o casamento da moabita com o
filho de Raabe, uma prostituta cananéia, e o nascimento do avô
de Davi, Obede.
1 Samuel: Narra a
história de Samuel, o último juiz que foi também um
profeta de Deus. Ele governou Israel até que, envelhecido e sem
ter sucessores, já que seus filhos não eram tementes a Deus,
o povo pediu que nomeasse um rei sobre eles, para que
fossem como todos os outros povos. Deus permitiu
o que o povo pediu e ordenou a Samuel que ungisse Saul.
Saul começou bem, mas logo se desviou, desobedecendo a Deus,
mentindo a respeito da desobediência.
Por isso, Deus avisou que não seria um filho seu que
continuaria a reinar depois dele e ordenou a Samuel que ungisse
a Davi como próximo rei.
Enquanto Saul não morreu, Davi não assumiu o trono.
2 Samuel:
Depois da morte de Saul, Davi foi coroado rei de duas
tribos no sul.
Somente depois de algum tempo é que ele foi declarado rei de
todo Israel. Davi foi um
homem segundo o coração de Deus, e o livro de 2 Samuel
conta a história de seu reinado. Davi pecou, e pecou
grandemente, mas, ao contrário de Saul, quando confrontado com
seu erro, caiu em profundo arrependimento. Deus o perdoou e
restaurou, mas ele teve de enfrentar as conseqüências do seu
pecado. Houve sérios problemas familiares e problemas no reino,
mas ele foi um homem excepcionalmente apaixonado por seu Deus.
Organizou o culto no templo mas não pôde construí-lo, ficando
isso a cargo de seu filho Salomão.
1 e 2 Reis: Os livros
dos reis começam com a morte de Davi e a ascenção de seu
filho Salomão, que continuou a grande obra de unificação
do reino iniciada por
seu pai. Durante seu reinado, Israel tornou-se um reino
poderoso e respeitado. Com sua morte, seu filho Roboão subiu ao
trono, mas, a essa altura, o povo já estava arrependido de
haver pedido um rei. O custo da realeza era alto demais.
Quando Roboão não quis baixar os impostos, houve uma revolta
entre o povo e o reino se dividiu em dois, o
reino do Norte, que ficou com o nome de Israel, e o reino
do Sul, que ficou com o nome
de Judá. Israel foi desobediente a Deus desde o início. Todos
os seus reis “andaram nos caminhos de Jeroboão”, o rebelde
fundador do reino do Norte, e foram igualmente rebeldes ao
Senhor. Os dois livros alternam a narrativa das vidas dos reis
de Israel e dos reis de Judá. Entre os descendentes de Davi,
que governaram Judá, houve reis piedosos, que levaram o povo a
obedecer a Deus, mas a maioria foi igualmente rebelde e
desobediente. Deus enviou profetas, como Elias e Eliseu, para
advertir o povo do norte, e depois de muitas advertências,
mandou os assírios, um povo extremamente cruel, para conquistar
Israel e levar cativo seu povo, espalhando-o por
diversos lugares. Judá permaneceu mais tempo, por ter
tido períodos de obediência a Deus. Por fim, Deus avisou que
ele também seria levado cativo, mas apenas por um período de
70 anos, após o qual seria enviado de novo à sua terra.
1 e 2 Crônicas: Os
livros das crônicas narram a história dos reis de Judá, os
descendentes de Davi. Eles começam com a genealogia de Davi a
partir de Adão e depois de dar um registro bem detalhado de
todos os descendentes dos filhos de Jacó, narra a morte de Saul
e, dali por diante, o reinado de todos os reis de Judá. O primeiro
livro vai até a morte de Davi, e o segundo, de Salomão
até a queda de Judá, seu cativeiro de setenta anos na Babilônia.
O livro termina com
o decreto de Ciro, rei
da Pérsia, que nesse tempo já havia conquistado a Babilônia,
permitindo que os judeus voltassem à sua terra natal.
Esdras e Neemias: Estes
dois livros narram o retorno dos judeus do exílio de 70 anos
para reconstruir o templo e as cidades que haviam sido destruídas
e jaziam em ruínas. Esdras
foi um escriba apaixonado pelas Escrituras e instruiu o povo a
respeito da lei de Deus. Neemias voltou para reconstruir os
muros de Jerusalém e
governar o povo que ali habitava. Juntos eles ajudaram a
restabelecer o povo judeu em sua terra e no culto a Deus. O
cativeiro havia curado o povo da idolatria. Nunca mais a adoração
de ídolos seria um problema para os judeus.
Ester:
O livro de Ester, o único da Bíblia toda em que não
há menção específica a Deus, narra uma história que
se passou no tempo em que os judeus estavam no cativeiro. A
Babilônia havia caído sob o poder dos persas e foi na corte do
rei persa Assuero que a mocinha judia Hadassa, chamada pelo nome
persa de Ester, foi usada como instrumento para o livramento de
seu povo. Uma mulher de extraordinária fé e coragem. A história
de Ester se encaixa no tempo de Esdras e Neemias.
Termina
aqui a história do povo de Deus no Antigo Testamento.
Em
seguida, estão inseridos os cinco livros chamados poéticos: Jó,
Salmos, Provérbios, Eclesiastes, Cantares, que foram escritos
em diversos períodos da história de Israel
Os livros poéticos
Jó: O livro de Jó é
considerado o mais antigo dos escritos sagrados hebraicos. Jó
foi um homem que viveu no tempo dos patriarcas e teve sua vida
marcada por tremendos sofrimentos. Ele levanta o problema das
provações na vida do justo, mas não o explica nem dá as
respostas que a maioria das pessoas tem a esse respeito. Nos
primeiros trinta e sete capítulos, Jó e seus amigos tentam
explicar o inexplicável. A partir do capítulo 38 Deus começa
a responder, colocando Jó no seu lugar de criatura e mostrando
que ele não tem capacidade para questionar o que Deus faz. Jó
se humilha no pó e na cinza e declara o poder de Deus sobre
toda a criação numa das mais belas e fortes afirmações de
quem Deus é – Jó 42:1-6. A grande pergunta do livro de Jó não
é: “Por quê?” mas “Quem está no controle de tudo?”
Salmos: O livro de
Salmos é um dos mais conhecidos da Bíblia. É um livro de
poesias e cantos compostos para louvar a Deus, ensinar,
profetizar, bem como para expressar todo tipo de sentimento e
frustração humana. Não há quem não se identifique
profundamente com algum salmo. Eles nos servem de consolo,
alegria, e louvor a Deus. Davi, o mavioso cantor de Israel, foi
o autor da maioria dos salmos.
Provérbios: O próximo
livro é uma coletânea de ensinos práticos sobre a vida.
Escrito quase em sua totalidade por Salomão, o homem mais sábio
que já viveu, ele focaliza a sabedoria de seguir os caminhos de
Deus e a insensatez de seguir nossos próprios caminhos.
Eclesiastes: Este é
outro livro escrito por Salomão, mas mostra a futilidade das
coisas materiais, da busca pela sabedoria humana, concluindo com
a afirmação de que só em Deus encontramos propósito e redenção.
Cantares:
É um hino de exaltação do amor humano, falando
graficamente do romance e dos prazeres que Deus nos reserva
através da união de dois cônjuges. Foi considerado por muitos
anos como apenas uma metáfora do amor divino, mas os detalhes
do livro mostram a sabedoria de viver o amor humano pelos padrões
divinos.
Os livros proféticos
Os
próximos 17 livros são os chamados proféticos. Eles foram
escritos no tempo dos reis e depois no tempo do exílio, e são
advertências do Senhor sobre as conseqüências da desobediência
e da teimosia do povo. Cada um desses livros tem uma mensagem
especial de Deus. Nunca o povo a quem foi dirigido poderá
alegar ignorância sobre o que iria acontecer como resultado de
sua desobediência. Sua mensagem de repreensão e esperança foi
ouvida por muito poucos. Os livros proféticos são divididos em
Maiores e Menores, não pela importância da mensagem, mas pela
extensão do seu conteúdo.
Profetas
Maiores:
Isaías:
É considerado o evangelho do Antigo Testamento. Ele contém
algumas das mais belas mensagens de amor e de esperança da
parte de Deus para com Seu povo desobediente. Isaías foi
enviado por Deus para advertir o povo do reino do Sul sobre as
conseqüências que teriam de sofrer por se afastarem dos
caminhos do Senhor. Suas profecias são incontestáveis, e falam
da vinda de Jesus em termos bem claros, seu nascimento virginal,
sua vida como servo e sua morte na cruz por todos os seres
humanos.
Jeremias: Um
profeta escolhido por Deus desde o ventre materno para levar uma
mensagem contundente de arrependimento ao povo desobediente do
reino do Sul. Jeremias usou diversas ilustrações gráficas
para mostrar o que aconteceria se o povo não se voltasse para
Deus. Foi preso, jogado no fundo de uma cisterna, diversas vezes
quase perdeu a vida. Viveu para ver o cumprimento das profecias
que anunciou – a queda de Jerusalém, o templo queimado e
destruído, o exílio do povo para a Babilônia. Ele escolheu
ficar na terra com os mais pobres e acabou sendo levado por
rebeldes para o Egito, onde provavelmente morreu.
Lamentações
de Jeremias:
É um livro que verte lágrimas da agonia e da tristeza que
Jeremias sofreu ao ver cumpridas as profecias que Deus o mandou
anunciar. Contém uma das mais belas expressões bíblicas de
esperança no capítulo 3, de 22 a 33.
Ezequiel: Foi
um dos profetas que ministrou ao povo no exílio babilônico.
Ele viveu com os mais humildes num acampamento junto ao rio,
onde os exilados foram alojados. A tônica de sua profecia é :
Saberão que Eu sou o Senhor. O povo não pode alegar ignorância.
Deus se revelou claramente e fez saber o que esperava dele.
Entretanto, o povo continuou dando ouvido a outras vozes e
crendo nelas mais do que no que disse o Senhor. Essa era a fonte
do seu problema. O livro de Ezequiel apresenta visões
espantosas e inúmeras parábolas. Deus não poupou nenhum esforço
para mostrar o que queria que o povo entendesse.
Daniel:
Daniel foi contemporâneo de Jeremias e Ezequiel. Ele era parte
da elite de Israel, um príncipe jovem e muito bem instruído,
fiel a Deus, mas sofreu com o povo desobediente o castigo do exílio.
Enquanto Ezequiel profetizava junto aos exilados mais humildes,
Daniel foi levado ao palácio do rei e escolhido para servir em
cargos de alto poder na corte babilônica. Sua fidelidade a Deus
foi provada inúmeras vezes mas ele se mostrou obediente e
humilde. Neste livro temos belíssimas declarações e demonstrações
do poder e da soberania de Deus sobre todos os seres humanos e
sobre todos os eventos que governam os destinos da humanidade.
Daniel profetizou sobre o final dos tempos e parte de suas
profecias ainda estão por se cumprir.
Os profetas
menores
Oséias:
Oséias é o primeiro dos profetas menores. Vale lembrar que
“menor” tem relação com a extensão da mensagem escrita e
não ao seu valor. Sua mensagem foi dirigida ao reino do Norte,
sempre infiel e desobediente a Deus desde a separação dos dois
reinos. Este profeta recebeu ordens de Deus de viver uma ilustração
do amor de Deus por Seu povo. Deus lhe ordenou que se casasse
com uma prostituta que, depois de viver com ele e lhe dar três
filhos resolveu voltar à vida antiga. Como o povo de Israel, a
mulher de Oséias representava a infidelidade para com Aquele
que a salvara da vida de pecado e lhe provera todos os meios
para uma vida feliz e fiel. Deus ordena a Oséias que volte em
busca da esposa infiel e a traga de novo para casa depois de ter
sido abandonada por seus amantes e vendida como escrava.
Joel:
Ministrou ao reino do Sul. Ele identificou ousadamente os
pecados do povo e conclamou-o ao arrependimento.
Amós:
Era um criador de ovelhas que foi chamado para sair de usa terra
no reino do Sul para profetizar ao reino do Norte, Israel. Ele
fala repetidamente do juízo de Deus e do exílio que os
israelitas sofreriam nas mãos cruéis dos assírios.
Obadias:
Este profeta foi enviado ao reino do Sul mas também falou a
Edom, seu vizinho. O cerne da mensagem de Obadias é o de que,
embora Deus use os povos gentios para castigar Israel, eles não
ficarão impunes e pagarão por sua crueldade contra o povo de
Deus.
Jonas:
O profeta Jonas foi chamado por Deus para pregar o
arrependimento à cidade de Nínive, capital da Assíria. Ele
fugiu da sua missão, foi lançado ao mar e engolido por um
grande peixe, em cujo ventre permaneceu três dias. Depois
disso, foi “vomitado” na praia e teve de cumprir o que Deus
lhe havia dito, embora o fizesse com má vontade. Mesmo assim,
Deus usou a sua pregação para trazer um grande arrependimento
aos ninivitas, que, por algum tempo, foram poupados do castigo
que lhes havia sido reservado. Jonas é conhecido como “o
profeta relutante”.
Miquéias:
Profetizou ao reino do Sul e foi contemporâneo de Isaías no
reino do Sul e de Amós e Oséias no reino do Norte. Miquéias
profetizou contra a corrupção ética e social de seu povo,
anunciando o desastre iminente, que seria enviado pelo Senhor.
Ele convocou o povo ao arrependimento
sincero, não apenas de fachada. É neste livro que se encontra
a profecia sobre o local onde Jesus nasceria : 5:2.
Naum:
Pregou uma mensagem de consolo ao povo de Judá, falando da
destruição que sobreviria de seus cruéis opressores assírios.
É um forte testemunho do poder e da fidelidade de Deus, que
destruirá os malfeitores e é leal para com seu povo.
Habacuque:
Este livro é uma mensagem de esperança em meio aos desastres
inevitáveis da vida – 3:17-19. Habacuque foi um homem que
teve dúvidas sinceras, que passou por provações e aprendeu a
esperar em Deus.
Sofonias:
Ele proclamou sua mensagem de arrependimento durante um dos
reinados finais e mais corruptos de todos os reis de Judá. O
tema iminente do livro é a chegada do “dia do Senhor”, ou
seja, o dia do julgamento.
Ageu:
Profetizou ao povo que retornava do exílio, exortando-o a
permanecer firme no seu propósito de reconstrução da cidade
de Jerusalém e do templo. Ele ofereceu esperança para o futuro.
Em sua breve mensagem, a expressão “diz o Senhor” aparece
vinte e cinco vezes.
Zacarias:
Foi o outro profeta do tempo da volta do exílio. Ele ministrou
aos moradores de Jerusalém num tempo de desânimo com as
dificuldades de se restabelecerem na terra destruída.
Malaquias:
Foi um profeta que dirigiu sua mensagem ao povo pós-exílio. Os
judeus havia se estabelecido de novo em sua terra, reconstruído
os muros da cidade de Jerusalém e o templo, mas encontrava-se
em estado de apatia espiritual. Seu culto era formal, sem real
dedicação. Malaquias enfatizou as bênçãos da obediência a
Deus.
Depois
de Malaquias ocorreram
400 anos de silêncio, quando Deus não enviou nenhum profeta ou
nenhum recado através de quem quer que fosse. O que Ele tinha
de dizer já havia sido dito, ampla e claramente. Nesse meio de
tempo, Ele preparava o mundo para a vinda do Messias. Reinos se
sucederam, um conquistando o outro, até chegar a vez de Roma
que, com a construção de estradas que ligaram todo
o mundo daquela época e a pax
romana, o governo da lei e da ordem imposto pelas milícias
romanas a todos os povos conquistados, propiciou todos os
eventos que já haviam sido preditos para a vinda do Filho de
Deus ao mundo.
Estava tudo preparado para a continuação do plano – o
nascimento de Jesus, Filho de Deus, na plenitude dos tempos,
para cumprir o propósito do Pai, oferecendo sua própria vida
em resgate dos amados de Deus. Jesus foi precedido pelo profeta
João Batista, que veio preparar o caminho para a chegada do
Filho de Deus a este mundo.
Aqui
tem início, então, o Novo Testamento, ou a nova aliança de
Deus, agora com um povo espiritual, que aceitou a sua dádiva de
reconciliação. Esse novo Israel é composto de judeus e
gentios, sem distinção alguma. Nós, hoje, somos parte desse
novo Israel.
Novo
Testamento
Os
quatro primeiros livros do Novo Testamento contam a vida de
Jesus, cada um para um tipo de leitor. Depois da morte e ascenção
de Jesus, o livro de Atos dos Apóstolos conta a história dos
primórdios da igreja cristã e de como ela foi estabelecida. Em
seguida, encontramos uma série de cartas escritas pelos apóstolos
às igrejas que eles haviam fundado, a fim de confirmá-las na
doutrina sadia do evangelho e animar os crentes a permanecerem
firmes na luta que enfrentariam por amor do evangelho. O último
livro do Novo Testamento é um livro de profecias sobre
acontecimentos que ainda não se concretizaram. Apocalipse
encerra o cânon bíblico.
Mateus:
Este evangelho foi escrito para
provar aos judeus que Jesus era a concretização de
todas as profecias do Antigo Testamento. Ele cita mais profecias
do que os outros evangelistas e apresenta Jesus como o rei dos
judeus, o descendente legítimo de Davi.
Marcos:
Escreveu para os novos cristãos gentios e principalmente os
cristãos romanos e apresenta Jesus como o servo do Senhor.
Lucas:
Escreveu para os cristãos gregos uma narrativa detalhada dos
acontecimentos para fortalecer a sua fé. Ele apresenta Jesus
como o Filho do Homem ideal, que se identificava com os
sofrimentos e o dilema da humanidade pecadora a fim de levar
sobre si as nossas dores e realizar a obra da salvação.
João: Escreveu
seu evangelho para os judeus, encorajando-os a confessarem a
Jesus como o Cristo. Ele apresenta Jesus como o singular Filho
de Deus. Seu propósito está revelado em João 20:31.
Atos
dos Apóstolos: É o livro que
narra as lutas e os problemas enfrentados nos primórdios do
cristianismo. Os dois grandes nomes desse livro são os dos apóstolos
Pedro e Paulo, mas a verdadeira força por trás de tudo o que
ele narra é o poder do Espírito Santo. Com as perseguições
que a igreja primitiva sofreu, ela se espalhou por diversos
pontos do Império Romano. O Apóstolo Paulo foi incumbido de
levar a mensagem cristã aos gentios. Ele fundou diversas
igrejas, às quais depois escreveu cartas de ensino e doutrina.
Foi escrito por Lucas, o médico amado, para complementar o que
ele já havia escrito no seu evangelho.
Carta
de Paulo aos Romanos: É um
tratado completo e minucioso da fé cristã. Paulo escreveu aos
cristãos de Roma, cuja igreja havia sido fundada por judeus e
gentios que ouviram a mensagem de Pedro em Pentecoste e achou
necessário que eles tivessem uma explicação bem fundamentada
das bases de sua fé. O tema principal de Romanos é a justificação
pela fé.
Primeira
e Segunda carta de Paulo aos Coríntios:
O apóstolo recebeu um relatório sobre os problemas que a
igreja de Corinto enfrentava e escreveu suas cartas falando a
respeito de cada um deles, instruindo a igreja em suas bases da
fé e da vida cristã. A primeira carta é mais de repreensão
por fatos inaceitáveis que ocorriam dentro da igreja, a segunda
é mais de consolo para aqueles que haviam sido repreendidos e,
arrependidos, queriam mudar de vida.
Carta
de Paulo aos Gálatas: Paulo
escreveu aos gálatas para esclarecer alguns pontos doutrinários,
especialmente o da justificação pela fé, dos quais a igreja já
estava se desviando, advertindo a respeito dos perigos do
legalismo em que a igreja estava se envolvendo. É a carta da
liberdade.
Carta
de Paulo aos Efésios: Nesta epístola,
o apóstolo enfatiza os recursos espirituais de que os crentes
se tornaram depositários a fim de poderem viver de maneira
diferente, pelo poder de Cristo. Ele mostra claramente que só
quando vivemos “em Cristo” poderemos nos revestir do novo
homem e viver de forma diferente, que agrada a Deus e nos abençoa.
É a carta da nova vida em Cristo.
Carta
de Paulo aos Filipenses: Paulo
fala repetidamente na alegria que é fruto do Espírito Santo.
Ele aponta o esvaziamente do Senhor Jesus para exercer a missão
de servo e que o leva à glorificação. Diz que para ele o
viver é Cristo. Esta é uma carta pessoal, a carta da alegria.
Carta
de Paulo aos Colossenses: A igreja
de Colosso estava sendo infiltrada por heresias e Paulo escreve
esta carta para refutar alguns desvios da sã doutrina. Nela,
ele incentiva os colossenses a permanecerem firmes no que lhes
foi ensinado, praticando o que aprenderam em seu viver diário e
crescendo na fé.
Primeira
e segunda cartas de Paulo aos Tessalonicenses: Paulo
escreveu à igreja de Tessalônica para afirmar as doutrinas que
havia ensinado ao fundar essa igreja e para corrigir assuntos
referentes à vida futura que perturbavam aqueles novos cristãos.
A ênfase das duas epístolas é no final dos tempos, na
ressurreição dos mortos, na segunda vinda de Cristo.
Primeira e segunda
cartas de Paulo a Timóteo: São chamadas de epístolas
pastorais, nas quais o pastor mais velho aconselha o mais jovem,
seu filho na fé, sobre questões de pastoreio das igrejas.
Paulo autoriza Timóteo a liderar com firmeza e bondade as
igrejas que lhe foram confiadas, e a exercer sua autoridade para
o bem dos seus liderados.
Carta de Paulo a
Tito: Paulo escreveu esta carta para dar a Tito, seu
colaborador gentio, autorização e orientação no que diz
respeito à doutrina, governo e vida piedosa da igreja. É outra
epístola pastoral.
Carta de Paulo a
Filemon: É uma carta pessoal a um amigo e colaborador a
respeito de uma questão prática da vida cristã.
Carta aos Hebreus:
Embora muitos considerem Paulo como autor desta carta, não há
provas definitivas a respeito. Ela apresenta a suficiência e a
superioridade do ministério de Cristo e exorta os crentes a
permanecerem fiéis e a amadurecerem na fé. É nesta carta que
encontramos o rol de honra dos heróis da fé – capítulo 11.
Carta de Tiago:
Ela oferece palavras de encorajamento aos cristãos que, sob
perseguição, haviam fugido para outros lugares e que estariam
encontrando sérias dificuldades práticas para viver sua fé
entre descrentes.
Primeira e segunda
cartas de Pedro: Pedro escreveu para ensinar os cristãos a
viverem em tempos difíceis, já que acirrada perseguição
contra eles estaria sendo brevemente desencadeada pelo governo
romano. Ele cita Cristo como exemplo para todos os cristãos
diante de situações de injustiça e maus tratos, desenvolvendo
também ensinos sólidos sobre os tempos finais.
Primeira, segunda
e terceira cartas de João: João escreveu aos cristãos
para fortalecer sua fé. A primeira carta fala sobre crescimento
na santificação através da confissão dos pecados e da
purificação oferecida por Deus mediante o sacrifício de
Jesus. É um tratado do amor de Deus. Na segunda carta, ele
adverte os cristãos contra receber heréticos em suas casas e
na terceira, sua preocupação novamente é o amor.
Carta de Judas:
A ênfase da carta de Judas é a salvação. Foi escrita para
cristãos aparentemente sendo confundidos por heresias.
Apocalipse: O
último livro da Bíblia é um livro profético que fala dos
tempos futuros. Foi escrito pelo apóstolo João. Ele conclui a
história humana iniciada no jardim do Éden. Além das
profecias sobre os acontecimentos dos últimos dias, quando o
maligno será derrotado e aniquilado para sempre, ele termina
com a imagem do novo céu e da nova terra, onde não haverá
pranto, nem tristeza, nem morte, e onde a presença de Deus
iluminará a cidade santa e todos os salvos viverão a vida que
foi planejada para eles desde antes da fundação do mundo.
Além desses 66
livros, há uma série de livros chamados de apócrifos
por não constarem do cânon hebraico. Eles são aceitos pela
igreja católica como livros inspirativos, se não totalmente
inspirados, mas por isso mesmo não são incluídos na Bíblia
pelos cristãos protestantes.
A Bíblia traz a
narrativa completa, embora não detalhada, da história humana.
Do primeiro ao último livro, ela revela tudo que precisamos
saber para viver a vida que Deus planejou para nós e que o
sacrifício de Jesus hoje nos possibilita viver como novas
criaturas. O Espírito Santo que habita em nossos corações nos
relembra de tudo que aprendemos e nos ensina o que precisamos
saber quando a situação parece confusa. Jesus disse que veio
para que tenhamos vida, e vida abundante, cheia de paz e alegria
no meio de qualquer circunstância.
Se não conhecermos o
Deus que a Bíblia revela, nossa fé permanecerá pequena e
definhará por falta de uso, impedindo-nos de gozar todas as
riquezas da nossa herança como filhos e filhas de nosso Pai, o
Deus todo-poderoso, Senhor de todas as coisas. A escolha é
nossa.
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