Mulher É Indecisa?

Série de Artigos para a Revista Graça


Sempre que pergunto a um grupo misto se as mulheres são mais indecisas do que os homens, as mulheres respondem prontamente que sim, embora nem sempre os homens estejam conscientes da dificuldade que suas mulheres encontram em tomar decisões. Eles apenas as acham confusas e enroladas.

Entretanto, nos dias atuais as mulheres estão se projetando no mundo dos negócios, e ouvimos falar de algumas delas que estão ocupando posições nas quais confusas e enroladas é tudo que não podem ser. Serão essas mulheres exceções ou terão aprendido a maximizar o modo feminino de tomar decisões, transformando-o em um benefício para si mesmas e para as organizações que dirigem?

Há algum tempo venho acompanhando o que as revistas de negócios dizem a respeito do modo feminino de administrar e suas tímidas tentativas de sugerir que talvez haja algo importante que as mulheres podem contribuir para o mundo dos negócios. 

Não tenho nenhum acanhamento em afirmar que esse algo importante existe, sim. Devido à maneira como o nosso cérebro está entreligado, somos mais capazes de relacionar diversas coisas entre si, o que nos torna mais relacionais em nosso modo de pensar e de tomar decisões. Estudos feitos com meninos e meninas no início da puberdade, idade em que se considera que já tenham capacidade de tomar decisões morais, demonstraram que os meninos resolvem um problema de forma mais direta, sem considerar muito as conseqüências decorrentes dessa decisão. As meninas, entretanto, por considerarem todos os outros fatores relacionados ao problema, muitas vezes nem conseguiam chegar a uma decisão no tempo aprazado. A maneira feminina de tomar decisões é mais relacional, e, portanto, um tanto mais complicada do que a masculina. 

Como vimos falando desde o início desta série, vemos aqui a beleza do plano divino para homens e mulheres. Somos diferentes. Não fomos feitos para viver sozinhos, mas sim para nos complementar e enriquecer mutuamente. Quando entendemos isso e passamos a valorizar as qualidades intrínsecas do outro, crescemos como seres humanos pois Deus nos fez com capacidade de aprender aquilo que não é a nossa característica natural. 

Uma coisa maravilhosa, entretanto, que Deus colocou nas mulheres quando determinou como o nosso cérebro seria entreligado, e que definitivamente não deu aos homens é a famosa intuição feminina. A intuição nada mais é do que aquelas ligações a mais que temos no nosso cérebro e que nos levam a uma conclusão sobre determinado assunto sem que tenhamos de passar pelo passo a passo do processo lógico e racional. É aquela coisa que você simplesmente "sabe" mesmo que não consiga explicar como "sabe". Isso é sua intuição funcionando. Por causa dela, as mulheres têm mais facilidade para "sentir" a sinceridade das pessoas, "pressentir" quando algum plano pode estar furado, "cheirar" algum podre numa situação aparentemente normal e boa. E os homens inteligentes, que já aprenderam a valorizar suas companheiras, darão atenção a essas sensações que eles não conseguem entender mas que sabem ser tão reais quanto o seu raciocínio lógico.

Entretanto, como em todas as características boas que Deus colocou em nós para o bem, há a forte possibilidade de que nosso pecado venha a distorcer e transformar em pé para discórdia essa nossa qualidade relacional. Podemos nos tornar desconfiadas com relação às pessoas, procurando sempre motivações ulteriores para o que fazem e dizem. Podemos nos tornar verdadeiramente indecisas, confusas e enroladas, se dependermos apenas da nossa subjetividade para nos guiar. 

É por isso que precisamos tanto nos firmar nas verdades dos princípios eternos de Deus. Eles nos direcionarão e firmarão para, com a orientação do Espírito Santo, podermos ser vasos preciosos de bênçãos para o nosso mundo, para as pessoas que conosco convivem, apenas pelo fato de sermos mulheres - mais intuitivas, mais relacionais. O Deus que nos fez assim com um propósito bom pode nos usar e nos aperfeiçoar naquilo a que nos chamou.